quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A Casa caiu patricia lelis que acusa marco feliciano de abuso e estupro e indiciada .



A jornalista Patrícia Lelis, o deputado federal Marco Feliciano e o assesor dele, Talmo Bauer (Foto: Reprodução/GloboNews, Nilson Bastian/Câmara dos Deputados e Reprodução/TV Globo) 
A jornalista e estudante de direito Patrícia Lelis, de 22 anos, foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por denunciação caluniosa e extorsão, de acordo com o delegado Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP), Santa Ifigênia.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na Asa Sul. O assédio sexual teria sido cometido pelo deputado no dia 15 de junho no apartamento funcional dele na capital federal. Patrícia ainda relatou que o parlamentar a agrediu e manteve em cárcere, lhe oferecendo R$ 15 mil mensais para ser sua amante. Proposta que a jornalista disse ter recusado.A investigação que agora mira Patrícia começou após ela acusar o assessor parlamentar do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), Talma Bauer, de tê-la sequestrado, mantido em cárcere privado e a ameaçado. Segundo Patrícia, a ação de Bauer ocorreu após ela divulgar que o deputado Marco Feliciano tentou estrupá-la em Brasília.

De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, além da suspeita de denunciação caluniosa e extorsão, Patrícia é investigada por ameaça depois de aparecer numa gravação, obtida pela polícia, ordenando que Bauer matasse um amigo dela. O assessor, que é chefe de gabinete de Feliciano, também é policial civil aposentado, e se recusou a obedecer Patrícia.

As investigações começaram a partir de denúncia feita inicialmente por Patrícia. No dia 5 de agosto, a jornalista registrou boletim de ocorrência na delegacia contra Bauer, que chegou a ser detido e liberado após negar as acusações.

Se somadas, as penas dos crimes de denunciação caluniosa e extorsão podem variar de seis a 20 anos de prisão. A reportagem não conseguiu localizar a jornalista e Bauer para comentarem o assunto.

Segundo o delegado, Bauer admitiu em depoimento que pagou R$ 20 mil a um amigo de Patrícia para que, em troca, ela parasse de acusar o deputado de ter tentado estupra-la em Brasília. Essa versão foi confirmada à polícia pelo rapaz que recebeu o dinheiro, que foi apreendido. O 3º DP apura a suspeita de que a jornalista teria cobrado R$ 300 mil para ficar em silêncio.

Em nota, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) disse nesta quinta-feira que o indiciamento da estudante Patrícia Lélis pela prática dos crimes de extorsão e denunciação caluniosa pela polícia do estado de São Paulo, reafirma sua plena confiança na lisura das instituições públicas e da Justiça. "Boatos são boatos e nunca serão verdades! Seguimos confiantes de até o término das investigações", diz a nota.

Brasília
A denúncia da suposta tentativa de estupro cometida pelo parlamentar contra Patrícia havia sido divulgada primeiro na coluna Esplanada, do UOL, no dia 2. No dia 7, a jornalista registrou boletim de ocorrência no Distrito Federal por abuso sexual contra o político, que também é pastor evangélico.
São Paulo
Ainda, de acordo com Hellmaister, Patrícia mentiu ao acusar Bauer de tê-la sequestrado e mantido em cárcere num hotel em São Paulo, no fim de julho e início de agosto, sob a ameaça de uma arma para gravar um vídeo em que desmente as acusações de assédio sexual contra Feliciano.

Além de depoimentos, gravações do hotel obtidas pela polícia também levaram a investigação a não acreditar na versão da jornalista de que foi sequestrada. O primeiro vídeo, registrado no fim da tarde de 30 de julho, mostra Bauer, e a Patrícia no lobby do hotel. Eles se abraçam na recepção. Nas outras imagens, feitas em 4 de agosto, a jovem aparece abraçada a um amigo no sofá na área comum do estabelecimento. Ao lado deles está o assessor de Feliciano falando ao celular.

“Como alguém que diz ter sido sequestrada aparece em momentos de descontração com seu suposto sequestrador no mesmo hotel?”, indagou o delegado, que disse estar convicto de que Patrícia mentiu. “Se ela estava mesmo sendo sequestrada, por que gastou R$ 700 em maquiagem num shopping para gravar um vídeo desmentindo o que havia dito contra Feliciano?”
Patrícia acusa assessor de parlamentar de tê-la sequestrado em São Paulo. Para delegado, ela mentiu sobre acusação (Foto: Reprodução / TV Globo)
Ameaça
De acordo com Hellmaister, a jornalista ainda aparece numa gravação mandando o assessor matar um cara do Rio de Janeiro que teria vindo a São Paulo fazer contato com Bauer para levar dinheiro para Patrícia.

O delegado e sua equipe tentam localizar o rapaz, que seria amigo de Patrícia, mas não teve o nome divulgado para não atrapalhar as investigações. “Queremos ouvi-lo, saber se ele pegou esse dinheiro era o da extorsão e se ele foi ameaçado diretamente por ela”, disse.

Assessor e deputado
Tanto Bauer quanto Feliciano negam as acusações de Patrícia. As declarações do assessor, que é policial civil aposentado e chefe de gabinete do deputado, foram dadas à polícia paulista.

O político se manifestou nas redes sociais, num vídeo ao lado da mulher. Feliciano chamou a acusação de assédio que Patrícia fez contra ele de "falsa comunicação".

Apesar disso, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que é procuradora especial da Mulher no Senado, protocolou ofício junto ao Ministério Público (MP) do Distrito Federal pedindo investigação sobre o deputado pela suposta tentativa de estupro. O PSC também criou uma comissão interna para apurar o caso.



Globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário