terça-feira, 21 de junho de 2016

Hillsong, a igreja ‘hipster’ que atraiu Justin Bieber

Para sociólogo, 'entretenimento é a isca para atrair o público mais jovem que não quer ficar sentado ouvindo sermão de pastor, e a Hillsong faz isso muito bem'  (Foto: Divulgacao Hillsong)


Fenômeno gospel mundial, a Hillsong também é um selo musical altamente  e de alcance mundial. As canções gravadas por suas quatro bandas (Hillsong Worship, Hillsong United, Young & Free e Hillsong Kids) já ultrapassaram a marca de 16 milhões de álbuns vendidos.
Em 2015, a United recebeu o Billboard Music Awards de melhor artista cristão e se prepara para lançar o documentário Hillsong - Let Hope Rise, dirigido por Michael John Warren, que já documentou o rapper Jay-Z e a cantora Nicki Minaj.
Os dois artistas, aliás, poderiam muito bem ser parte do conglomerado. Nas filiais espalhadas pelo mundo, é comum encontrar personalidades famosas, como a modelo Kendall Jenner, a cantora e atriz Vanessa Hudgens e o músico Nick Jonas. Mas ninguém elevou tanto a popularidade da Hillsong nos últimos meses quanto o cantor pop Justin Bieber.
"Quero conhecer Jesus", pediu o ídolo aos prantos ao amigo Carl Lentz, o pastor de braços tatuados que anda por Nova York ostentando grifes de luxo, como Saint Laurent. Momentos depois, Bieber foi batizado, na banheira do jogador de basquete Tyson Chandler.
Chave do sucesso

Mas o que atrai tanta gente, entre pessoas comuns e famosas, para os performáticos cultos da igreja todos os fins de semana?
O pastor Mendez diz que é "o amor por Deus e pelas pessoas". Já para o professor Ricardo Mariano, pós-doutor em Sociologia da Religião pela Universidade de São Paulo (USP), a Hillsong percebeu que, nos tempos atuais, o entretenimento é a chave para o sucesso.
"O entretenimento é a isca para atrair o público mais jovem que não quer ficar sentado ouvindo sermão de pastor, e a Hillsong faz isso muito bem", diz.
"As produções dos shows são feitas para envolver o público e levá-lo a um clima de contemplação e êxtase", analisa Marli Batista Ávila, coordenadora do curso de Produção Musical da Universidade Anhembi Morumbi, que destaca os recursos visuais, da tecnologia aos figurinos estilo "urban chic" dos vocalistas.
A combinação de superproduções musicais, letras religiosas intimistas e a energia de clube noturno atinge em cheio os mais jovens.
Um relatório da própria igreja distribui seus fiéis por faixa etária. De acordo com o texto, a "geração Z" (de 5 a 20 anos) e a "geração Y" (de 20 a 35 anos) compreendem juntos 70% dos membros na sede.
O carioca Rafael Bitencourt, de 32 anos, fez parte desse último grupo há três anos. Como a maioria, ele conheceu a Hillsong através da música e decidiu estudar na Hillsong College, a faculdade da igreja em Sydney, na Austrália, que oferece cursos de formação de pastores, música, dança, produção e até TV e mídia.
"Estudei liderança e agora voltei ao Brasil para ajudar na Hillsong São Paulo", conta.
Para Mariano, em São Paulo, a igreja australiana deve cavar um espaço entre os jovens de classe média, concorrendo com igrejas como Renascer em Cristo, Bola de Neve Church e Sara Nossa Terra.


Nenhum comentário:

Postar um comentário