segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MP investiga denúncia sobre barulho de igreja evangélica de Suzano Moradores denunciaram problema para a polícia também. Pastor afirma que documentação está em dia.

O Ministério Público investiga uma denúncia sobre barulho em uma igreja evangélica em Suzano. O templo fica no bairro Miguel Badra. Os moradores reclamam do incômodo causado pelos cultos.
A empresária Cleide Goçalves fez as denúncias. Primeiro, ela afirma que tentou conversar com o responsável pela igreja. Como nada foi resolvido, Cleide registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil em abril por perturbação do trabalho ou sossego alheios. "Dentro da minha casa eu não tinha privacidade. Para falar eu tinha que gritar. Então, era impossível assistir televisão. Estava afetando minhas filhas que não conseguiam mais estudar. O barulho entrava no quarto delas."
Duas semanas depois do primeiro boletim de ocorrência, os moradores chamaram a polícia durante a noite. Uma nova ocorrência foi registrada. Dessa vez, o nome do pastor Devani Rocha, que se diz responsável pelo local, foi citado. Em seguida, uma reclamação foi feita na Prefeitura. A igreja foi fechada em 29 de maio, mas não adiantou.
Em fotos, os moradores registraram as cadeiras colocadas na calçada para os fiéis participarem dos cultos. O pastor confirmou que descumpriu a determinação e acusou a secretária municipal de Assuntos Urbanos, Carmen Lúcia Lorente. "O lacre na verdade não foi rompido. Ele foi rompido duas vezes por ordem da secretária Carmem que é quem favorece o lacre e deslacre. Nós tivemos autorização dela e temos a assinatura dela. Com essa autorização pudemos deslacrar. A própria secretária autorizou porque seria realizado um casamento e depois a celebração da família. Ela autorizou somente nesses dois dias", disse o pastor.
Os moradores decidiram fazer uma denúncia ao Ministério Público. A promotoria cobrou o prefeito Paulo Tokuzumi sobre o rompimento do lacre e pediu providências. O local novamente foi interditado no dia 18 de junho. Cleide diz que por causa disso recebeu ameaças, inclusive de morte, por cartas. "Moro lá há 10 anos e nunca tive problemas com ninguém", afirma Cleide. Um novo boletim de ocorrência foi registrado.
O pastor fez questão de mostrar que o prédio está em dia com a documentação, mas confessa que não tem o laudo acústico. Ele fez uma nova acusação, agora contra a falta de fiscalização da Prefeitura. " O laudo acústico é um equipamento que tem que ser instalado debaixo de uma arquitetura de um projeto, precisa ser assinado por arquiteto ou engenheiro. Nenhuma igreja aqui do Miguel Badra tem esse laudo."
A secretária de Assuntos Urbanos, Carmen Lúcia Lorente, nega que autorizou o rompimento do lacre da igreja. "Em nenhum momemtno houve essa autorização para romper o lacre. Conheci o pastor pela reportagem e nunca estive nessa igreja. Ao recebermos denúncias, primeiro orientamos. Depois existe a notificação, o terceiro passo é autuar e depois vem o lacre. O laudo acústico é que não houve reclamação. Essa igreja, em especial, não tem o alvará de funcionamento. O laudo acústico não é obrigatório. Ele só é pedido se houver barulho", explicou a secretária. 
O Ministério Público de Suzano informou que instaurou o inquérito no dia 8 de junho e aguarda respostas da Prefeitura sobre o caso. Em relação ao boletim de ocorrência por "pertubação de sossego alheio", o delegado de Suzano, Eduardo Peretti, informou que não é um crime, trata-se de uma contravenção. A pena varia de 15 dias a três meses de prisão mais multa. O delegado vai fazer um termo circunstanciado que depois vai ser encaminhado à Justiça. O responsável pela igreja já foi qualificado por isso. Em relação às ameaças de morte, o delegado explicou que como o autor das ameaças não foi identificado, a Polícia Civil vai chamar Cleide para prestar depoimento e o caso será investigado.



Fonte ---------- G.1