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Com 76 anos, o novo papa goza de boa saúde, mas sofre de problemas respiratórios, e teve retirado um pulmão em uma intervenção cirúrgica.
Quem até agora era a máxima autoridade da Igreja argentina é considerado um homem prudente, o que não impediu que tivesse atritos com o atual governo do país em temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em 2005, após a morte de João Paulo II, o arcebispo de Buenos Aires pediu aos cardeais eleitores que não votassem nele, e mesmo assim ficou em segundo lugar (segundo vaticanistas), atrás apenas de Bento XVI.
O curioso é que, em uma situação praticamente inédita, haverá dois pontífices vivos, já que Joseph Ratzinger se tornou o primeiro líder máximo da Igreja Católica em séculos a deixar o posto por renúncia, ao invés de falecimento, e agora tem o status de papa emérito.
Arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, Bergoglio foi na Santa Sé membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.
Bergoglio nasceu em Buenos Aires, vem de uma família de origem italiana e começou sua carreira na Igreja aos 21 anos após estudar ciências químicas. Ele foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969 e, em plena ditadura militar argentina, entre 1973 e 1979, foi enviado à Alemanha, de onde passou à igreja da Companhia de Jesus de Córdoba.
Em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina e ocupou a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.
Durante este período, foi conhecido pela tensa relação com os governos do falecido Néstor Kirchner e de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner.
A frieza que marcou o tom de suas relações com o kirchnerismo se transformou em confronto aberto em temas como a crise pelas diferenças entre o governo e as patronais agrárias, a aprovação da lei que reconhece o casamento homossexual e a polêmica sobre o aborto.
Em 2008, durante o conflito com o campo, Bergoglio chegou a pedir a Cristina Kirchner um 'gesto de grandeza' com as entidades patronais agrárias, denunciou 'homogeneização' do pensamento e 'tensão social'.
Em 2010, a cúpula da Igreja Católica argentina entrou em uma 'guerra de Deus' contra o governo e tentou por todos os meios evitar a aprovação da lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Bergoglio liderou manifestações, mobilizou os sacerdotes em defesa da 'unidade familiar' e convocou vigílias contra o parlamento.
Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade.
A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001.
Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.
Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas .
Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral.
De fato, ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.
Preocupado pela educação, uma de suas prioridades foi dedicar os esforços da igreja argentina aos centros educativos em geral, e não só às instituições católicas.
O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro, e até tem uma camisa assinada pelo elenco.
Fonte------------------------Msn.com
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