Na minha opinião, a Igreja tem o direito inalienável de afirmar publicamente as suas posições doutrinais e de princípio, como aliás acontece com qualquer cidadão ou grupo numa sociedade democrática e portanto plural. Mais, não tem apenas o direito; tem também o dever: “Ai de mim se não evangelizar” (1Cor 9,16).
Também é certo que a Igreja deve estar sempre muito atenta aos sinais dos tempos e daí deduzir novas respostas, mesmo a problemas velhos. Neste sentido sempre se poderá dizer que a própria moral não só não é um dogma, como está também ela sujeita ao evoluir da história. Aliás o próprio Deus deu-nos conta da sua pedagogia: “por causa da dureza dos vossos corações” (Mt 19,8). E também estabeleceu uma norma absoluta: “não deveis comer da árvore do bem e do mal”. Este mandato é para todos, incluindo a própria Igreja, não só como instituição, mas nos seus diferentes membros e funções.
Naturalmente que este trabalho de atenção aos sinais dos tempos e das respostas adaptadas a cada época (o termo é da GS), deve “obrigatoriamente” envolver os três grandes saberes teológicos: da hierarquia (que preside à unidade na caridade), dos teólogos (que têm o carisma da reflexão e da criatividade) e do restante povo de Deus (que mergulhados nos acontecimentos do dia a dia aí é chamado a lê-los e a vivê-los cristãmente). Este é um debate interno, no qual a sociedade civil nada tem que se imiscuir.
FONTE-------------The Christ
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