sexta-feira, 8 de setembro de 2017

CONHEÇA ALGUNS SUPOSTOS SEGREDOS DA MAÇONARIA



Em um salão, senhores conversam sobre atualidades e amenidades. A noite termina com um jantar descontraído, alguns até acompanham a novela de relance. Normal, não fossem os chapéus e aventais com símbolos milenares, as colunas gregas e as imagens de sóis e luas. Mas, além das roupas e da decoração esquisitas, há uma diferença mais importante. Todos têm compromisso de ajudar uns aos outros, e vários têm como: são empresários, advogados, formadores de opinião. Por falar em opinião, tudo que é debatido ali fica entre aquelas 4 paredes – sem janelas, como toda loja maçônica.

A maçonaria pode não ter mais a influência de quando liderava revoluções e fundava países, mas continua atiçando a imaginação. Sabe-se que para entrar no clube é preciso ser homem e acreditar em algum deus, e pouco mais que isso. O maior best seller de 2009, O Símbolo Perdido, de Dan Brown, joga com essa curiosidade, decifrando quebra-cabeças maçons espalhados por Washington (resumo comentado na pág. 72).

Conforme esperado, a 3ª aventura de Robert Langdon (herói dos romances Anjos & Demônios e O Código Da Vinci) obteve ótimas vendas e péssimas resenhas. Mas há uma crítica nova: dessa vez, Brown é acusado de não revelar tudo o que sabe. Uma colunista do New York Times insinuou que o autor teria sido silenciado pela sociedade secreta. Será que a maçonaria tem poder para amedrontar o maior vendedor de livros do mundo? E que mistérios ela teria para revelar?
A aura de mistério acompanha os maçons desde a sua origem. Origem, aliás, que vem sendo criativamente recuada: alguns maçons incluem entre seus antecessores guerreiros das cruzadas, arquitetos do templo do rei Salomão e até os egípcios responsáveis pelas pirâmides (importantíssimas em O Símbolo Perdido). Realmente, os maçons surgiram em canteiros de obras, mas já no fim da Idade Média, na Inglaterra. Daí o nome deles: mason – se diz “mêisson” – era o termo para pedreiro em inglês.
Mas os pedreiros da época equivaliam a arquitetos, engenheiros, empreiteiros. Para não perderem a hegemonia na construção civil, militar e religiosa, eles mantinham em segredo os macetes da profissão, passados só aos aprendizes mais confiáveis e em ocasiões especiais. Com o tempo, essas aulas viraram fóruns, atraíram gente de fora e foram transferidas para locais chamados lodges (em português, “lojas”). Em 1717, 4 unidades se unificaram na Grande Loja de Londres. Surgia, oficialmente, a maçonaria.
Estados Maçons da América 
Assim como muitos europeus, foi emigrando para a América que a maçonaria atingir o seu potencial. Na verdade, o grande “segredo” revelado no best seller de Dan Brown é consenso entre historiadores: em nenhum país a maçonaria foi tão importante quanto nos EUA.
Para começo de conversa, os maiores acontecimentos que marcaram a independência do país foram decididos em lojas maçônicas. Em 1773, não foi de improviso que comerciantes jogaram caixas e caixas de chá no mar, em protesto contra impostos extorsivos dos ingleses. A “festa do chá” de Boston foi um evento organizado por irmãos.
Nove dos 55 homens que assinaram a Declaração de Independência vinham da maçonaria, assim como um terço dos 39 que aprovaram a Constituição. Benjamin Franklin era maçom convicto, e George Washington, grão-mestre da Loja Alexandria, teria aparecido de avental cerimonial no lançamento da pedra fundamental da nova cidade.
                                            

Por falar em capital, a cidade de Washington é cheia de referências à maçonaria. Algumas são forçadas: encontram-se compassos e estrelas no traçado das ruas de qualquer cidade – como é esclarecido já no 6º dos 133 capítulos de O Símbolo Perdido. Outras são explícitas: o tema “George Washington foi maçom” inspirou pinturas e esculturas, marcando presença nas portas do Senado e no teto do Capitólio. Além disso, como Robert Langdon confere ao longo de 12 horas movimentadas, a cidade tem pelo menos 17 edifícios com arquitetura típica da ordem – uma mistura de estilo grego e romano, sempre acompanhada de esquadros, compassos e letras G (de God, “Deus” em inglês). Entre eles, a agora célebre Casa do Templo (no original, House of the Temple), sede americana do Rito Escocês Maçônico, cenário do prólogo e do clímax do livro.
Após o sucesso da independência americana, em 1776, a maçonaria passou a ditar o passo das mudanças do planeta. Ser maçom no final do século 18 e no começo do 19 era muito cool: um clube que reunia as mentes mais inquietas e influentes.
Trazendo liberdade, igualdade e fraternidade no DNA, claro que a maçonaria estava na Revolução Francesa, em 1789. Os principais líderes, Danton e Robespierre, não eram da ordem, mas a Marselhesa foi composta na loja de Marselha. Em 1810, a maçonaria inspirou a criação da Carbonária, sociedade secreta que buscaria a independência da Itália. Três futuros libertadores da América, o chileno Bernardo O’Higgins, o venezuelano Simón Bolívar e o argentino José de San Martín, frequentavam a mesma loja em Londres, uma convivência que mudou um continente. “A maçonaria participou da independência de todos os países da América do Sul”, diz Andrew Prescott, diretor de estudos da maçonaria da Universidade de Sheffield, na Inglaterra.

                            

O que inclui o Império Brasileiro, do início ao fim (ver quadro Pais do Brasil, na página 69). Em 1822, nossa independência de Portugal foi proclamada por um grão-mestre, dom Pedro 1º. E a Proclamação da República, em 1899, foi feita por outro, o marechal Deodoro da Fonseca. E os maçons continuaram atuantes durante a nossa República Velha, chegando inclusive à Presidência, com Nilo Peçanha e, na sequência, Hermes da Fonseca.
Mundialmente, a ordem viveu uma crise a partir da década de 1930, quando seus membros mais à direita (fascistas) e à esquerda (comunistas) não vestiam mais o mesmo avental. Aliás, os maçons também estão entre as vítimas do Holocausto – entre 80 mil e 200 mil irmãos morreram em campos nazistas.
Nos anos 50, a ordem chegou a ter uma filiação recorde nos EUA – até Fred e Barney, dos Flintstones, frequentavam uma paródia da maçonaria, o Clube dos Búfalos D’Água. Mas, a geração seguinte, dos babyboomers, não se interessou – as revoluções passaram longe das lojas. “Mas, mesmo onde não voltou a ter a influência de antes, a maçonaria nunca ficou irrelevante”, diz o historiador alemão Jan Snoek, que pesquisa o tema na Universidade de Heidelberg.
Prática da conspiração 
A lista de maçons poderosos ainda é grande. Entre os 6 milhões de membros no mundo estão o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o príncipe Philip, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, e até Al Gore, vice-presidente de Bill Clinton – um quase maçom, como você vê na página ao lado. O fato de haver nos EUA muitos políticos e juízes membros da maçonaria é explorado em O Símbolo Perdido: o vilão do livro ameaça colocar na internet um vídeo que flagra a elite de Washington em rituais maçônicos – se não abalasse os pilares da democracia, com certeza bombava no YouTube.
É inegável que a maçonaria ainda possui membros influentes – o que não significa que ela ainda exerça influência. Um exemplo prático vem do Reino Unido, onde, a partir de 1997 todos os maçons trabalhando no sistema judiciário foram obrigados a declarar que eram membros da ordem. O argumento era de que a lealdade dos irmãos à irmandade poderia distorcer seu trabalho, e o público tinha direito de saber quem era maçom, para poder acompanhar sua conduta a partir desse fato. Em 12 anos, “nenhuma impropriedade ou má prática foi verificada por parte dos juízes pelo fato de eles serem maçons”, declarou o secretário de Justiça inglês, Jack Straw, ele mesmo um apoiador da lei, que derrubou em 5 de novembro deste ano.
                                           

E quanto à Nova Ordem Mundial? Para quem não está por dentro dessa teoria da conspiração, seria um governo único, que comandaria todo planeta e que estaria sendo planejado por maçons – ou pelos illuminati, ou pelos cavaleiros templários, pelo 4º Reich, enfim. Não há informações sobre os últimos 3 grupos, até porque não consta que eles existam. Isso é impedido pela própria forma como a maçonaria é organizada: as lojas maçônicas são independentes, abrigam irmãos com pontos de vista muito diferentes e não têm de onde tirar uma ação global coordenada. Ainda mais secreta.
Na verdade, a grande mudança que espera quem entra na maçonaria não é no mundo, mas na própria vida.
Maçom 24 horas 
Tudo indica que uma ditadura mundial não está nos planos, mas não se engane: todo maçom tem uma agenda. Se não secreta, certamente lotada. Mas, para a maioria dos membros, compensatória.
As regras começam já na candidatura – geralmente posterior a um convite de um maçom. Não basta ter fé em um deus e cromossomo XY: é preciso ser maior de idade, ter endereço fixo e renda própria e declarar seus motivos para fazer parte da ordem (dica: “Li sobre vocês na SUPER e quis ver qual era” não vai levar longe). Se for casado, a patroa precisa estar de acordo. Se for homossexual, de acordo com as regras, não entra.
Os maçons também pesquisam os amigos, o emprego e a vida financeira e policial do irmão em potencial. Depois de investigado por 6 meses a 1 ano, o nome é avaliado por toda a loja – e precisa ser aprovado por unanimidade. Aí basta participar da iniciação e prometer não revelar o que escutar – o tal pacto de silêncio da irmandade.
O iniciante é reavaliado com frequência, e tem a obrigação de participar de uma reunião semanal, que ocupa uma noite inteira em dia útil. Para faltar, só por causa de trabalho ou de estudo, vai ser necessário pedir autorização.
Além disso, as lojas maçônicas da mesma cidade se visitam, e é aconselhável participar de alguns desses momentos de intercâmbio. Isso para não falar de viagens mais longas, no caso de visitas a maçons de outros estados. E, a cada 3 anos, é preciso se envolver na votação para grão-mestre, coordenada por um Tribunal Eleitoral Maçônico.
Tem mais: cada loja cobra uma mensalidade que, em São Paulo, gira em torno R$ 150. Motivo: toda loja tem um fundo de amparo que cobre despesas inesperadas de irmãos. O fundo também funciona como uma previdência paralela: viúvas de maçons recebem pensão mensal.
Nos fins de semana, os maçons ainda fazem trabalho voluntário nas instituições mantidas pela ordem – na maioria dos casos, creches e hospitais. Esse é o momento em que levar a esposa e os filhos não só é possível como recomendável. “Chamamos as esposas dos irmãos maçons de cunhadas e os filhos de sobrinhos”, diz o aposentado baiano Paulo Borges, maçom em Salvador há 15 anos. É comum que um irmão em dificuldade seja socorrido a qualquer hora por outros maçons. Ótimo quando é você quem precisa, mas significa que o celular precisa estar ligado o tempo todo.
Clube de vantagens 
Os irmãos garantem que dá um gás na autoestima: sentem-se parte de um clube exclusivíssimo, que seleciona seus membros com rigor. “A sensação de ser aceito depois de meses de investigação é muito boa. E a cerimônia de iniciação é um dos momentos mais gratificantes e emocionantes da vida de um maçom”, afirma o empresário Adriano Aparecido Moraes, maçom há 19 anos, de Sorocaba. A loja aparentemente até transforma o comportamento: “Eu era muito temperamental, agressivo. Com a maçonaria, mudei”, diz o baiano Paulo Borges.
Bonito, bonito. Mas, além das recompensas psicológicas, há critérios mais palpáveis. “Não fosse a maçonaria, a gente não teria acesso a diretor da Polícia Federal, a funcionário público do alto escalão, a empresários que são possíveis clientes”, diz Adriano. “Não é privilégio, porque o maçom deve corresponder às expectativas profissionais. Mas ajuda bastante, cria oportunidades.”
Um maçom do Rio de Janeiro, que prefere se manter anônimo, afirma: “Se o maçom é vendedor e o comprador da empresa é irmão, ele vai ser atendido mais rápido. Conheço filhos de maçons que, graças aos contatos do pai, conseguiram estágios em empresas com irmãos na diretoria”. E conclui: “Claro, o talento é o que consolida profissionalmente, mas a maçonaria abre portas em todos os lugares”.
Em uma grande metrópole, onde as relações de poder são mais diluídas, as amizades da loja talvez não façam tanta diferença. Mas imagine o impacto desses contatos em uma cidade pequena, em que o delegado, o prefeito, o dono do jornal e o do supermercado são maçons. Na verdade, não precisa nem imaginar: em São Vicente, praia no litoral paulista ao lado de Santos, o ex-prefeito Márcio França disponibilizou um assessor maçom para atender as demandas da ordem. França hoje é deputado federal e líder do “bloquinho” (formado por PSB, PDT, PCdoB, PMN e PRB).
A influência também se dá em outras esferas do Estado. Funcionários e pessoas ligadas à Petrobras se reúnem por todo o país em lojas maçônicas chamadas Monteiro Lobato – que não era maçom, mas disse que “o petróleo é nosso”. Dizem que há dinheiro da empresa nisso, mas a Petrobras não confirma o envolvimento com os “irmãos monterianos”, que fazem debates e ações junto a políticos em defesa do patrimônio nacional.
Independentemente da ambição dentro da estrutura da maçonaria, é preciso manter a linha. Barracos, bebedeiras, adultério e prisões são inaceitáveis. “Temos o objetivo de fazer homens bons ser ainda melhores e levamos essa meta muito a sério”, diz o maçom paulistano Fábio Amauchi, engenheiro de 37 anos. É esse conceito de “homens bons” que explica a recusa de gays, por exemplo. “Não se pode dizer que esse seja um bom costume”, diz Fábio.
Secretos não, discretos 
“Os maçons já foram secretos. Ao longo do século 20, passaram a se definir como discretos. Hoje, caminham para se tornar uma sociedade civil aberta”, diz o ex-maçom britânico Martin Short, autor de Inside the Brotherhood, que critica a ordem.
No entanto, a abertura da sociedade secreta mais conhecida do mundo incomoda alguns irmãos, que vêem a proliferação de sites, jornais e revistas como um afastamento das origens. De fato, hoje já é possível se candidatar a maçom por e-mail (apesar de que um convite pessoal é, de longe, a forma mais garantida de entrar). Em seu site, a Grande Loja Maçônica do Espírito Santo mantém uma Rádio Cultura Maçônica. E a página do Grande Oriente do Brasil, seção Rio de Janeiro, oferece um tour virtual pelo Palácio Maçônico do Lavradio.
“Não existem mais segredos na maçonaria. Eles vêm sendo revelados lentamente”, diz o historiador britânico W. Kirk MacNulty, maçom há 4 décadas. “Se existe algum segredo, ele é individual, intransferível – é a experiência dos rituais maçônicos. Como explicar o gosto de uma laranja para quem nunca a comeu?”, diz o pesquisador alemão Snoek.Por outro lado, se faltam mistérios, sobram boatos.
Que tal uma bancada macônica? Um grão-mestre garante que, nas últimas eleições para prefeitos e vereadores, a maçonaria no estado de São Paulo fez campanha interna para que maçons votassem e apoiassem candidatos maçons. Segundo ele, deu certo: a maçonaria teria emplacado 13 prefeitos e 54 vereadores – ele só não diz quem e onde. Pretendem fazer o mesmo com deputados em 2010.
E esta é internacional: em Israel, a Grande Loja de Tel-Aviv é um espaço de encontro de cristãos, judeus e muçulmanos. Apesar de a maçonaria ser contra discussões políticas nos templos, todos ali estão dispostos a encontrar soluções para os problemas milenares da região. “Só em um local fechado e completamente sigiloso esse tipo de reunião improvável pode acontecer regularmente”, afirma o historiador alemão Jan Snoek, que pesquisa o tema na Universidade de Heidelberg. Ou seja: se qualquer plano de paz surgir daqui para a frente para resolver a questão entre israelenses e palestinos, é possível que haja o dedo da maçonaria.
E o que os maçons acham de toda a curiosidade em torno da ordem? Em conversas privadas, reclamam muito dos livros, filmes e sites que prometem revelar seus segredos – de reportagens como esta também. Argumentam que o tratamento é injusto e exagera aspectos menos importantes. Nesse caso, a postura oficial é não se manifestar publicamente.
Mas há uma corrente do “falem mal, mas falem de mim”, da qual faz parte Christopher Hodapp, um americano ex-mestre maçom e autor de livros sobre maçonaria, grato ao que Dan Brown e outros fizeram pela ordem. “Tínhamos dificuldades para atrair novos membros. Assim, o interesse é renovado”, diz. “De certa forma, a divulgação até ajuda, porque cria um fascínio que atrai muita gente para a ordem”, diz Adriano Moraes. “Enquanto o mundo externo se preocupa excessivamente com detalhes pouco importantes, os verdadeiros mistérios estão bem guardados.”
Grandes irmãos 
Washington é tão 1776… Conheça os maçons poderosos de hoje
Bill Clinton 
Tecnicamente, o ex-presidente americano não é maçom – mas foi dirigente da Ordem DeMolay, espécie de maçonaria júnior. Se fosse, teria sido expulso depois do escândalo com Monica Lewinsky.
Silvio Berlusconi 
O premiê italiano foi da loja maçônica Propaganda Due, considerada um “Estado dentro do Estado” nos anos 70. Berlusconi foi iniciado em 1978, e diz que deixou a maçonaria quando a loja foi fechada, em 1981.
Príncipe Philip 
O marido da rainha da Inglaterra entrou para a Loja da Marinha em 1952. Não é dos mais ativos, mas consta que participa das reuniões.
Hugo Chávez 
O presidente da Venezuela entrou no Templo Maçônico de Caracas a convite de um guarda-costas. Em seus discursos, cita com frequência maçons célebres, como Simón Bolívar.
Esperidião Amin 
O ex-governador de Santa Catarina é membro desde 1971. Newton Cardoso, ex-governador de Minas, também faz parte da maçonaria.
1 – Símbolos Encontrados
Pirâmide da nota de US$ 1
Olho 
Representa o Deus onisciente e onipresente, que tudo vê.
Pirâmide 
Remete à suposta origem da maçonaria entre os arquitetos do Egito antigo.
Novus ordo seclorum 
Conspiradores – inclusive Dan Brown em Anjos e Demônios – divulgam que a frase em latim significa “Nova Ordem Mundial”. Mas o certo é “Nova Ordem dos Séculos”.
2 – Símbolos Encontrados
Colunas do templo
Coluna B 
Se chama Boaz, sempre à esquerda na entrada das lojas. Remete ao bisavô do rei Davi e à mitológica 1ª coluna do Templo de Salomão.
Coluna J 
Conhecida como Jachim, fica à direita. O nome é uma fusão das palavras hebraicas jah (Jeová) e achin (estabelecer). Remete à 2ª coluna do templo.
Irmãos do Brasil 
Nossa independência foi decidida por facções maçônicas: havia os republicanos e os monarquistas, que venceram e agiram em 1822
Os livros de história ensinam que a nossa separação de Portugal, em 1822, foi tramada e decidida dentro das lojas maçônicas nos meses que antecederam o Grito do Ipiranga. É verdade. Mas não foi uma decisão, e sim um debate acalorado. Dependendo do que a loja decidisse, é possível que o jovem príncipe regente não virasse o imperador Pedro 1º.
Em 1822, a maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções. Ambas queriam a independência, mas uma defendia ideias republicanas, enquanto a outra, de José Bonifácio de Andrada e Silva, achava que a solução era manter dom Pedro como imperador em uma monarquia constitucional. Os grupos disputaram o poder de forma passional, envolvendo prisões, perseguições, exílios e expurgos de um grupo contra o outro.
Interessado em vigiar e controlar os grupos políticos da época, dom Pedro participou ativamente das duas facções. A de José Bonifácio não funcionava em lojas, mas em palestras, batizadas significamente de “Independência ou Morte”, “União e Tranquilidade” e “Firmeza e Lealdade”. Eleito “arconte rei” na primeira sessão, dom Pedro jurou “promover com todas as forças e à custa da própria vida e fazenda a integridade, independência e felicidade do Brasil como reino constitucional, opondo-se tanto ao despotismo que o altera como à anarquia que o dissolve”. Era o programa de governo de José Bonifácio.
Na maçonaria foram estudadas, discutidas e aprovadas várias decisões importantes no processo de independência, como o manifesto que resultou no Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) e os detalhes da aclamação de dom Pedro como imperador, no dia 12 de outubro. Isso não quer dizer que a independência foi produto único e direto das atividades dos maçons. Na verdade, a maçonaria usou e foi usada pelos diferentes grupos de pressão na época, de acordo com as circunstâncias do momento.
LAURENTINO GOMES é autor do best seller 1808, sobre a vinda da família real ao Brasil, e ano que vem lança 1822, que fala da Independência do Brasil e suas consequências.
3 – Símbolos Encontrados
Selo da maçonaria
COMPAS 
Racionalidade científica e busca pela perfeição moral.
ESQUADRO 
Instrumento dos pedreiros, que transformam a natureza. O ângulo reto indica honestidade.

Vem de God, “Deus” em inglês. Também pode representar GAU, sigla para “Grande Arquiteto do Universo”.
Washington tropical 
Se O Símbolo Perdido fosse no Brasil, seria em Paraty, cidade colonial do litoral sul do Rio repleta de marcas maçônicas na sua arquitetura
MAPA DA MINA 
O centro histórico tem 33 quadras, número mágico dos maçons.
DANDO BANDEIRA 
A bandeira de Paraty tem 3 estrelinhas “colocadas em forma triangular, lembrando a grande influência que a maçonaria exerceu na história do município”, diz a lei municipal de 1967.
GRANDES ARQUITETOS 
Casas de maçons notórios receberam colunas na entrada e decoração geomé-trica alusiva aos símbolos maçônicos e seus graus da hierarquia.
AOS TRIOS 
Muitos cruzamentos possuem pilares de pedra em só 3 das 4 esquinas, o que remete ao triângulo maçônico.
Contém – O Livro Todo! – Spoilers
Tudo que você precisa saber sobre O Símbolo Perdido
Um resumo comentado para você não boiar e ainda ter opinião em qualquer papo sobre o best seller
Em um ritual maçom, o vilão Mal’akh – bebe vinho de uma caveira. Ele tem muitas tatuagens e um plano: expor maçons poderosos e arruinar o Estado americano.
O simbologista Robert Langdon chega a Washington achando que vai dar uma palestra no Capitólio a convite do maçom Peter Solomon. Pegadinha do Mal’akh! O vilão sequestrou Solomon, de quem Langdon encontra só a mão direita.
Chega a segurança e a CIA, a quem Langdon explica que o Capitólio é atulhado de símbolos maçônicos, alguns sugerindo que George Washington é Deus . Usando seus superpoderes, Langdon conclui que foi convocado para uma gincana: para salvar a vida de Solomon, ele precisa encontrar uma lendária pirâmide maçônica e descobrir uma palavra perdida. Todos partem para o subterrâneo do Senado , onde há uma câmara secreta e charadas fascinantes.
Após alguns contratempos, Langdon parte rumo ao tedioso enredo paralelo de Katherine, irmã de Solomon e autoridade em ciência noética . Mal’akh visita e explode o laboratório mágico de Katherine, no subsolo do Smithsonian Museum . Não abalados, ela e Langdon realizam sucessivas decifrações de códigos e enigmas que os levam a uma casa misteriosa.
Pegadinha do Mal’akh! A casa é do vilão, que amarra e esfaqueia Katherine, e prende Langdon em um aquário gigante. Quase afogado, Langdon revela que a pirâmide está na Casa do Templo , um centro maçônico, para onde partem Mal’akh e Solomon – ele está vivo! Langdon também está: o tanque não tinha água, mas um líquido respirável , e Katherine é salva pela CIA, cujas movimentações omitimos para fins didáticos.
No terraço da Casa do Templo, Mal’akh ameaça: se Solomon não revelar a “palavra perdida”, vai cair na rede um vídeo de poderosos participando de um ritual de maçonaria . Solomon revela a palavra, que Mal’akh tatua na cabeça. No embalo, o vilão aplica um Darth Vader reverso: “Solomon, eu sou seu filho, Zachary. Forjei minha morte, mudei de identidade e agora preciso que você me mate. Pode usar a faca que Abraão quase usou em Isaac . Isso, a da Bíblia, está ali no canto.” Funciona assim: morte na pirâmide + faca de Abraão + frase mágica na cuca = passagem direta para o inferno, onde Mal’akh almeja um cargo de chefia.
Estão nesse mata-não-mata quando chega a CIA, de helicóptero. Os agentes destroem a torre que transmitiria o vídeo proibidão dos maçons e quebram vidraças, cujos estilhaços matam Mal’akh.
Solomon deu ao filho uma palavra falsa, mas revela a verdadeira a Langdon. Na verdade, não é uma palavra, mas um símbolo. Perdido, claro. Visto do alto, o monumento se parece com isso: . Qual o significado de um círculo com um ponto no meio? Segundo Dan Brown, é um lembrete de um ensinamento escondido a olhos vistos nos livros sagrados: todos os homens podem ser divinos.
1. Em hebraico, significa “anjo”.
2. Rituais maçônicos têm caminhadas com vendas e lâminas contra o peito, mas nada de drinques de sangue.
3. Vale lembrar: a palavra é invenção de Dan Brown. Não existem simbologistas – quem estuda símbolos é um semiólogo.
4. Falando em invenção, o selo da capa é uma. Veja detalhes ao lado.
5. Langdon diz que os fundadores da América não eram cristãos, mas deístas, e tinham o objetivo de fundar uma nova religião, inspirada na Antiguidade. Mas os historiadores, menos empolgados, encaram as referêncas à Antiguidade clássica presentes nas homenagens a George Washington, que morreu em 1799, coerentes com a estética neoclássica da época. Em obras de arte, o herói da nação foi retratado como um legislador grego e como Zeus. O quadro Apoteose de Washington, de 1836, mostra o primeiro presidente dos EUA cercado por figuras da mitologia – esse afresco pode ser visto no teto do Capitólio.
6. Bem abaixo da cúpula fica a sala conhecida como a Cripta do Capitólio. Ela deveria abrigar o corpo de George Washington, o que nunca aconteceu, e hoje é um museu. Não existe ali a sala maçônica descrita no livro. Mas há, de fato, um compasso talhado no chão, marcando o centro exato da cidade.
7. A personagem pesquisadora de noética até brinca que muita gente vai procurar na internet o que isso significa. Mas nem vale a googlada. O Instituto de Ciências Noéticas foi fundado em 1973 pelo astronauta Edgar Mitchel, logo depois que ele voltou da Lua na missão da Apollo 14. Em uma fazenda na Califórnia, dezenas de pesquisadores ripongos investigam coisas como o peso da alma, reencarnação e cura do câncer com a mente. Ali, todos têm certeza de que o pensamento coletivo altera a matéria. Fora Dan Brown, ninguém leva o instituto a sério.
8. Existe realmente um Centro de Suporte do Museu Smithsonian, em Maryland, a 10 km do museu, onde o acervo é preservado ou restaurado. Mas não há nenhum laboratório de ciências noéticas ali.
9. O argumento é que a sede do Rito Escocês da Maçonaria nos EUA é um prédio retângular com uma cúpula, o que dá ao conjunto forma de pirâmide. É, Dan Brown forçou a barra.
10. Parece mentira, mas o líquido respirável existe! Estudos indicam que ele poderá tratar de doenças pulmonares ou limitar os efeitos da descompressão para astronautas e mergulhadores. Funciona assim: os pulmão se enchem de um líquido, o perfluorocarbono, que faz as mesmas transferências químicas da respiração. Algo parecido com o aquário que prende Langdon se chama “câmara de ventilação líquida total” e está em testes nos EUA há 45 anos.
11. Sim, existem muitos governadores, senadores e congressistas americanos que são maçons. Mas, se eles não divulgam esse fato, também não fazem segredo dele. Dificilmente um vídeo de políticos em um ritual abalaria os pilares dos EUA. Só Obama bebendo vinho na caveira.
12. Ninguém sabe do paradeiro dessa faca – até porque nem é certo que Abraão tenha existido. Não há referências ao destino dela nem na Bíblia nem nos relatos orais da tradição judaica. Essa história de que a faca teria sido transmitida de geração em geração é ficção completa, não tem base nem nos mitos judaicos ou cristãos.
13. Na real, esse desenho pode significar várias coisas. É confuso, na verdade: o vilão estava atrás de um código, que nem ele sabia qual, mas que abriria as portas do conhecimento divino. O livro deixa claro que o símbolo que ele procura é esse círculo com um ponto, mas por outro lado explica que esse símbolo, por si só, não é a chave para nada. Que, no fundo, a chave está dentro de cada um. Enfim, deve ficar mais claro no filme, em 2012.





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