quarta-feira, 18 de maio de 2016

Integrantes de banda são suspeitos de estupro e morte de jovem no Paraguai Em nota, grupo gaúcho nega qualquer envolvimento com o crime. Corpo foi localizado em esgoto com marcas de estupro e estrangulamento.

Autoridades policiais e o Ministério Público do Paraguai investigam integrantes do grupo musical gaúcho Safira, de Santo Cristo, no Noroeste do Rio Grande do Sul, pelos crimes de estupro e assassinato de uma jovem de 19 anos. De acordo com o Ministério Público do Paraguai, existem evidências que colocam os músicos como suspeitos do crime. O corpo da vítima, identificada como Jessica Lovato de Oliveira, foi encontrado no dia 8 de maio em um bueiro de esgoto. Em nota no Facebook a banda "se declara inocente das acusações".

A banda foi contratada para tocar na Expo Santa Rita, na cidade de mesmo nome, a cerca de 75 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Paraná. Jessica trabalhava como promotora do evento, que ocorreu entre 6 e 15 de maio. Segundo a investigação, ela morreu em decorrência de asfixia por estrangulamento e fratura cervical. De acordo com o MP paraguaio, a vítima também apresentava sinais de ter sido estuprada.
Ônibus grupo Safira Santo Cristo Paraguai (Foto: Reprodução/Facebook)
 sobre os músicos após os investigadores analisarem as imagens das câmeras de segurança da feira. Segundo o MP, foi observado o momento em que Jessica sobe no ônibus do grupo Safira, que estava estacionado próximo ao palco. Porém, as imagens não mostrariam o momento em que ela sai do veículo.

A Justiça paraguaia trabalha com possibilidade de que a jovem foi abusada e morta dentro do ônibus da banda e depois deixada em um esgoto próximo à área da feira. Como a banda já retornou ao Brasil, o Ministério Público do Paraguai trabalha para identificar os músicos com base nos documentos migratórios do país. "Uma vez identificados, os músicos responderão como supostos autores do homicídio de Jessica Lovato", diz a nota do MP.

Um jovem paraguaio chegou a ser preso suspeito do crime, mas já foi solto pela Justiça paraguaia. Ele não é integrante da banda.

Empresário nega crime
Procurado pelo G1, o empresário da banda Nelson Maya negou que os músicos tenham qualquer envolvimento com a morte da jovem. Ele relata que imagens das câmeras de segurança do local captaram o momento em que um dos integrantes do grupo, de 18 anos, conversa com a promotora do evento, após a apresentação.

“Ela estava com amigos na hora do show e depois foi falar com um dos rapazes da banda. Eles conversaram, ela pediu autógrafo, aquilo tudo que as fãs fazem com os músicos. E depois disso ela saiu do pavilhão, sozinha”, afirma.
Maya conta ainda que somente após a volta do grupo ao Brasil que eles ficaram sabendo do caso. “Começamos a ver as mensagens nas redes sociais e recebemos outras no Whatsapp, falando isso e aquilo. Virou um inferno”, diz ele, que acrescentou ainda que os músicos estão "abalados" com a investigação.

Em sua página no Faceboook, o grupo Safira também se manifestou sobre as suspeitas. "O Grupo Safira com mais de 30 anos de história limpa se declara inocente das acusações das redes sociais e as investigações da justiça do Paraguai vão provar que o componente do Safira é inocente", diz a publicação feita na manhã desta quarta-feira (18).

Jornais repercutem morte da jovem
Os principais jornais paraguaios realizam uma ampla cobertura da morte de Jessica. O diário ABC Color afirma que os músicos podem ser julgados no Brasil, já que o país não permite a extradição de brasileiros para julgamentos no exterior.
De acordo com o jornal La Nación, a polícia passou a investigar os músicos brasileiros após ter acesso às imagens de câmera de segurança e também ao celular da vítima. A reportagem também aponta que as autoridades ouviram "uma testemunha-chave que deu detalhes de como os eventos ocorreram e, por isso, apontam diretamente para esses artistas como os autores", afirmou um dos integrantes da investigação.


G.1

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