As técnicas da
chamada Body Art (arte do corpo) estão em todos os lugares entre jovens e
adolescentes. Tatuagens, piercings, dentes serrados, língua dividida e outras
modificações no corpo ganham cada vez mais adeptos no mundo. O que chama a
atenção nesse modismo é que o que outrora fora índice de marginalidade, objeto
de preconceito e repulsa, agora já é socialmente aceito e motivo de anseio
juvenil.
Sob a égide da filosofia secular
pós-moderna, os produtores de cultura, a serviço da mídia, têm conseguido
transformar os traços mais agressivos e bizarrias contra o corpo humano em
objeto de consumo sob o argumento de que isso é pura "arte'.
A "febre" tem avançando indistintamente em
algumas capitais do Brasil, onde é possível encontrar até mesmo rapazes e moças
ditos evangélicos cultivando e utilizando a Body Art. Assim como na
sociedade secular houve um verdadeiro trabalho de sedução dos jovens por meio da
mídia para aderirem a esse comportamento, também há uma verdadeira orquestração
maligna para seduzir e cativar o cristão, levando-o ao mundanismo.
O mais grave nisso tudo é que não se trata
daqueles casos em que o indivíduo é um novo convertido, nos seus primeiros
passos na fé e que ainda está em processo de libertação. Trata-se de uma onda
que tem atraído e induzido aqueles que nunca tiveram marcas no corpo a se
tornarem marcados.
"Mas é o nome de Jesus que está tatuado!";
"É só uma expressão de fé: Deus é fiel"; "Preciso ser tatuado para me
identificar e ganhar os tatuados para Cristo"; "Em Isaías 44.5 e Ezequiel 9.4,
Deus manda tatuar"; "Não há a palavra tatuar na Bíblia", argumentam os que estão
deslumbrados com a moda.
Como pais, pastores e educadores podem dar
uma resposta cristã às objeções dos que se deixam atrair por essa tendência?
Esse é o objetivo do presente artigo.
Origem ocultista
Ao longo da História, as tatuagens
transportam a marca do paganismo, demonismo, adoração a Baal, xamanismo,
misticismo, canibalismo e outras crenças seculares. Segundo a obra secular da
pesquisadora Michelle Delio The Exotic Art of Skin, na página 73,
"tatuagem é frequentemente um rito mágico nas mais tradicionais culturas, e o
tatuador é respeitado como sacerdote ou xamã". De acordo com Ronald Scutt em
Art, Sex and Symbol, na página 64, "em Fuji, Fromosa, Nova Zelândia e em
certas tribos da América do Norte, a tatuagem era considerada como cerimônia
religiosa realizada por sacerdotes ou sacerdotisas".
Já Steve Gilbert em Tattoo History: A
Source Book, página 158, afirma: "O processo atual de tatuagem, que envolve
um ritual complexo e tabus, pode somente ser realizado por sacerdotes, porque
sempre foi associado a crenças secretas somente conhecidas por membros da casta
sacerdotal (...) Hambly concluiu que historicamente a prática da tatuagem se
originou em conexão com antigos ritos de práticas religiosas que intencionavam
colocar a alma humana em harmonia com as forças sobrenaturais e assegurar
continuidade entre a vida presente e a próxima". Por isso que os nazistas, que
eram claramente ocultistas, tatuavam os judeus para ofenderem a fé
monoteísta.
De acordo com essas fontes especializadas, é
utilizada como ponto de contato ou entrada no mundo espiritual, por isso é muito
mais do que decoração do corpo.
O apologista cristão Terry Walkins assevera:
"Ainda hoje, em muitos países (incluindo os Estados Unidos), a tatuagem é
acreditada como sendo a ponte a um mundo sobrenatural, daí ser uma espécie de
amuleto". Essa afirmativa é corroborada por Paul Both, tatuador das "estrelas"
de Holywood em entrevista à revista Rolling Stone, de março de 2002,
página 40:
"Independente da autorização dos meus clientes, os demônios me ajudam a guiar a agulha".
O fundador da Igreja de Satanás, Anthony La
Vey, defendeu a tatuagem e o piercing porque entendia que são rejeitados por
Deus em Levítico 19.28 e Deutoronomio 14.1-2.
Perigos à saúde
A Body Art pode trazer riscos à
saúde. Há possibilidade de se contrair doenças como Aids e as hepatites B e C.
Os vírus transmissores podem permanecer nas tintas e agulhas. Também podem
surgir reações alérgicas e cicatrizes indesejáveis, e se a pessoa tem algum tipo
de doença dermatológica (como vitiligo e verrugas), estas podem aparecer nos
locais do trauma, explica o médico estético Renato Rossler.
Segundo Rossler, a tatuagem também pode
provocar um tipo de reação inflamatória ocasionada pela presença de corpos
estranhos que penetram na pele durante o ato de tatuar ou pelo próprio pigmento
introduzido.
O que a bíblia diz?
Levítico 19.28 diz: "Pelos mortos não dareis
golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor". A
Torá (tradução judaica) traz: "...e escrita de tatuagem não porei em vós". A
Nova Versão Internacional traduz: "Não façam cortes no corpo por causa dos
mortos, nem tatuagens em si mesmos", Lv 19.28.
Já perfurar a orelha simbolizava um pacto de
escravidão, conforme Êxodo 21.6. A tradição oral judaica explica que esses
versos estão referindo-se ao que hoje conhecemos como tatuagem, piercing
etc.
Roland de Vaux, da École Biblique de
Jerusalém, adverte que "as leis antigas da Mesopotâmia presumem que o escravo
seja marcado, como uma rês, com uma tatuagem, um estigma feito com ferro em
brasa ou ainda com uma etiqueta presa a seu corpo. Era sinal de identidade, como
as tatuagens dos cultos helenísticos, confirmando Deuteronomio 15.17".
Isaías 44.5 usa a palavra yichtov, que
significa "escreverá", sem a palavra qa`a`qa, que tem o sentido
"inserir", "picar", "furar", "perfurar" e "espetar". Isaías claramente não está
falando de tatuagem, mas de outro que escreverá com sua mão para o Senhor.
Ezequiel 9.4 usa a palavra tav, que
indica "a marca ou sinal" na testa dos homens justos com tinta. Isso não é
tatuagem, mas um sinal que os distinguia como pessoas peculiares (justas) para
Deus (Ex 12.13,27).
Apocalipse 19.16 não serve como base para de
afirmar que Jesus é a favor da Body Art e virá tatuado. João menciona o
nome escrito no manto e na coxa do Senhor como uma representação simbólica,
visto que todos no Apocalipse são identificados por um nome individual (Ap 7.3;
13.16).
Tatuagem dá ideia de consagração. O pacto
era feito para se incorporar a entidade do desenho: escorpião, demônios (1Co
10.20-21). Se a pessoa é genuinamente um cristão nascido de novo, já está
pactuado com Cristo. O Espírito Santo habita nele e não há necessidade de outra
marca, nem de ter o nome de Jesus escrito na pele para incorporar sua
personalidade (1Co 3.16-17; 6.19-20 e 1Ts 5.5-10).
Uma prova concreta de que a tatuagem é uma
prática antibíblica foi anotada pelo pesquisador Jean-Chris Miller na obra
The Body Art Book: A complete Guide to Tattoos, Piercings, and Other Body
Modifications, página 9: "Assim como acontece em outras culturas com
tradição em tatuagem, quando essas tribos pagãs são convertidas à religião
cristã, seus ritos culturais e espirituais (nos quais inclui a tatuagem, o
piercing e a escarificação da pele) são completamente banidos".
Seja como for, o uso de tatuagens e
piercings não tem base bíblica. São práticas pagãs que não devemos
aderir.
Sempre em Cristo,
Dc Josebias.
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