Deuteronômio 4.29
Ainda que o Brasil tenha ficado em 53º lugar no ranking – posição mediana,
longe de extremos -, seu resultado foi acima da média global: 87% responderam
afirmativamente. Mesmo assim, as pesquisas nacionais mostram que, nos últimos
anos, o número dos “sem-religião” tem crescido no país. Na verdade, a
metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não
contempla a existência de ateus. A categoria dos “sem-religião” do Censo não é a
mesma coisa, pois inclui agnósticos e os que creem em algo, mas não têm religião
definida, como os adeptos do sincretismo.
Segundo o Censo Demográfico 2000, os semreligião, no Brasil, somam em torno
de 12,5 milhões, o que representa 7,4% do total de quase 170 milhões de
habitantes. Destes, calcula-se que cerca de 2% sejam ateus convictos. De acordo
com dados de censos anteriores, foi na década de 1980 que o número de pessoas
sem religião deu um salto. Até os anos 1970, o percentual não chegava a 1% da
população. Nos anos 1980, atingiu 1,6% e, dez anos depois, pulou para 4,8%,
chegando aos citados 7,4% em 2000.
Enquanto os resultados do Censo 2010 não são informados, pesquisas recentes
dão pistas do atual cenário religioso do país. Divulgada em agosto deste ano, a
Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009 (POF), também do IBGE, mostrou um
crescimento no número dos sem-religião, que passou de 5,1%, em 2003, para 6,7%,
em 2009, o que representa cerca de 13 milhões de pessoas.
Com base na análise dos resultados dos Censos 1991 a 2000 e das POFs 2003 e
2009, o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV)
organizou o documento Novo mapa das religiões. Segundo o estudo, ao
longo desses anos, nenhuma variável socioeconômica sofreu tanta alteração quanto
a composição religiosa da população brasileira. Entre as principais mudanças,
destacam-se a tendência de queda no número de adeptos do catolicismo e o
crescimento da proporção de evangélicos e dos sem-religião na população.
Como aponta o estudo da FGV, dados da POF 2009 mostram que a religiosidade é
menor nos extremos do espectro educacional, o que reitera a ideia de que os
sem-religião são um grupo diverso: enquanto 7,27% não têm instrução ou estudaram
no máximo 3 anos, outros 7,46% estudaram 12 anos ou mais. Destes, chama atenção
a relevante presença de pessoas com mestrado e doutorado (17,40%). No que se
refere à distribuição entre classes econômicas, a maioria dos semreligião
pertence à classe E (7,72%), com presença relevante na classe AB (6,91%),
repetindo os resultados da POF 2003. Segundo o estudo, na faixa econômica mais
alta, os entrevistados se denominam agnósticos
FONTE-------Planeta.com
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